TARDE: ÁRVORE CORAÇÃO
Aquela tarde do dia 24, véspera de natal, e como já se fez costumem pra mim com o passar dos dias na Agua Bonita, fiquei atirado na cadeirona que tinham pra olhar o paisagem, aí, no quintal do Cacique.
Era bão exercício de observação. Notei por exemplo que as famílias tem muito parecido entre os que a conformam: filhas com mães, filhos com pais. Pais com filhas e mães com filhos. Particularmente houve um detalhe que chamou muito a minha atenção: O jeito similar demais ao andar.
Você poderia ter reconhecido quem era parente, apenas pelo jeito de andar.
Além de ver alguma menina interesante que chamou a minha atenção, ou as cunhadas do meu amigo, aquela tarde não houve, no lapso das quatro horas até as dezoito, novidade alguma.
Tipo dezoito horas, me levanto, com dor nas costas pela cadeirona, e vou à porta do quintal, que comunica a rua com a casa. Olho pra a minha direita, e vejo uma extranha figura acima do tronco duma árvore.
Me aperto um pouco, e câmera em mão, vou percebendo que tem forma dum coração.
Mas daqueles corações de desenho.
Pensei então: é uma sinal do caminho? conhecerei o amor, nestas terras distantes?
distantes do meu berço, da minha terra natal?
Aquela noite pensei no asunto, e chguei à conclussão de que poderia ser possivel.
Mas não essa noite. Não.
Misteriosa árvore. Os meninos, jovens, que tal vez gostam de botar nomes a tudas as coisas me disseram: Você já viu a Árvore Coração?
Talvez foi a forma do folhagem daquela Árvore exquisita. Talvez foi o local, semideserto, semi sumido na pobreza. Tal vez foi a riqueza daquele povo que mora lá, o q deu sentido a esse coração: povo de coração grande.
Ou tal vez, estou sendo poético demais nas minhas apreciações e o q realmente me levou a tirar aquela foto, foi a gamma de cores da tarde.
Até mais!
Gustavo Zelaya
Dezembro 24, Agua Bonita, Campo Grande, MS, Brasil.
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